segunda-feira, 17 de maio de 2010

Urge Mudar Algumas Atitudes

Perante as afirmações contraditórias de José Sócrates a Assembleia da República criou uma comissão de inquérito para averiguar se o Primeiro-ministro mentiu aos Deputados sobre o negócio da PT e da TVI.
Nunca em Portugal um Primeiro-ministro foi alvo de tamanha suspeição sendo público que o Eng.º Sócrates tem sido sistematicamente suspeito de actividades pouco éticas.
Mal vai um Povo e uma Nação onde a terceira figura do Estado está em risco de tamanho descrédito.
Perante estas suspeitas os portugueses são tentados a considerar os políticos no activo como pessoas pouco sérias e pouco escrupulosas.
Mais grave ainda porque vemos militantes do PS mais interessados em “tapar o sol com a peneira” do que em exigir responsabilidades.
Pior ainda porque há a suspeita de que o Procurador-geral da República e o Presidente do Supremo Tribunal, os dois mais importantes cargos da Justiça, eventualmente possam ser coniventes com manobras que possam impedir a transparência e dificultar a averiguação da verdade, como aconteceu com a destruição das escutas policiais envolvendo o Eng.º Sócrates.
Felizmente temos como Presidente da República Cavaco Silva e como Presidente da Assembleia da República Jaime Gama, duas personalidades com excelentes imagens de seriedade.
Felizmente sentimos que os anunciados candidatos a Presidente da República, Fernando Nobre e Manuel Alegre, são pessoas aparentemente de recto carácter, que nada têm a ver com a bandalheira instalada ao mais alto nível da nossa nação.
Espero que o líder da oposição, Pedro Passos Coelho, recentemente eleito pelos militantes do PSD, se afirme como uma personalidade de grande seriedade, que marque a diferença e que possa recriar um clima de esperança nos portugueses.
Não é possível tolerar que num país com dificuldades, meia dúzia de administradores da PT recebam 11,4 milhões de euros de ordenados e prémios.
São onze mil e quatrocentos ordenados de mil euros, mais de vinte e cinco mil salários mínimos.
O dinheiro recebido por estes administradores dá quase para cinco anos de todos os salários de todos os trabalhadores e políticos eleitos duma Câmara Municipal como a de Miranda do Corvo.
É um escândalo.
Urge que as pessoas sérias e com espírito de justiça social mostrem a sua indignação perante o clima de permissividade instalada, que fecha os olhos perante as gritantes desigualdades sociais de Portugal.
Está na hora de dizer basta!
Uma das medidas prioritárias é pôr fim a ordenados milionários pagos em empresas e serviços do Estado.
Está na hora de definir um salário máximo para gestores, administradores e altos dirigentes públicos.
Nos últimos anos têm nascido empresas públicas, até de iniciativa autárquica, como cogumelos.
É preciso pôr ordem e limites à ganância, sob pena de qualquer “boy”, nomeado para estas administrações se julgar um “escolhido”, um “iluminado”, merecedor de salários milionários.
A maioria destes administradores nunca mostraram especial competência a não ser a fidelidade ao poder de quem nomeia.
Em muitas áreas do conhecimento (medicina, biologia, engenharias…) jovens portugueses investigam, fazem doutoramentos, trabalham no estrangeiro, com salários baixos ou médios.
Muitos jovens portugueses, com excelentes percursos académicos, feitos com rigor e trabalho, estão no desemprego ou forçados a emigrar para encontrar oportunidades de sucesso.
Está na hora de exigir mudanças!
(Publicado no Diário de Coimbra em 20.04.2010)

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