terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Portugal em Morte Lenta

Portugal foi catalogado por especialistas internacionais como sendo um país em morte lenta, devido á situação financeira e económica que atravessamos.
Chegámos a este estado de doença grave devido a uma grande irresponsabilidade e incompetência por parte de alguns Governos.
É evidente que já há vários anos que o país deixou de ter um rumo. Nos últimos anos, em que maioritáriamente o Partido Socialista tem governado o país, sucessivos Primeiros Ministros têm mantido políticas insensatas.
Isto não significa que todos sejam igualmente responsáveis. No início ainda se podia pensar que se estava perante sintomas de uma doença passageira.
Nos últimos anos tornou-se evidente que é uma situação grave que só irresponsáveis podem aligeirar.
Já aqui referi que o endividamento excessivo é um dos grandes problemas estruturais que nos aflige.
A actual situação é muito perigosa, com uma dívida pública brutal, dificilmente sustentável. Com a agravante de que este valor continua a aumentar dado o endividamento crescente do Estado.
Mas se é certo que o endividamento do Estado é hoje uma das nossas principais preocupações, é igualmente certo que não é o único dos constrangimentos estruturais que nos asfixia.
Outro dos nossos problemas estruturais, muitas vezes esquecido mas que terá grande impacto negativo na nossa sustentabilidade futura, é o da natalidade insuficiente.
Portugal é hoje um país com falta de crianças.
Em 2009 só nasceram cem mil crianças em Portugal. É um número insuficiente.
Este numero só não é menor devido às famílias imigrantes africanas, que na grande área metropolitana de Lisboa e no Algarve continuam a fazer filhos.
Com este numero de nascimentos Portugal vai entrar numa queda demográfica gravíssima, com consequências muito negativas.
Com o envelhecimento da população não vai haver gente activa, adultos trabalhadores, capazes de sustentar a segurança social, o que criará uma situação social muito complicada.
Com cem mil crianças por ano a população de Portugal irá decrescer dos actuais dez milhões para uma população entre os sete e os oito milhões.
Esta descida irá ter um efeito económico grave. Serão menos 20 a 30% de pessoas, menos 20 a 30% de casas, hospitais, escolas, restaurantes, táxis, lojas, negócios, etc.
Hoje politicas sérias podem ainda apoiar as famílias, ajudando a inverter esta situação.
Ainda temos um número de mulheres férteis capazes de gerar crianças em número adequado.
Dentro de 20 a 30 anos Portugal já não terá mulheres jovens suficientes para alterar a situação.
É evidente que podemos acreditar em soluções imaginativas como a importação maciça de população africana ou na ficção cientifica com criação de crianças em máquinas em vez do útero das mulheres mas parece-nos irresponsável que o Governo não tenha sensibilidade para esta bomba relógio.
O Governo tem a obrigação de apoiar as famílias com filhos. É ridículo o Governo prometer 200€ e a pagar quando as crianças fizerem 18 anos.
Em Miranda do Corvo, por exemplo, a Fundação ADFP oferece 500€ ás suas trabalhadoras, por cada filho e logo após o parto, e a Câmara Municipal decidiu atribuir a todas as mulheres do concelho, que forem mães, um subsídio variável entre 2000€ e 2550€, conforme o número de filhos do agregado familiar.
O Governo deve olhar para estes exemplos e apoiar, de facto, de um modo sério e consistente, a natalidade e as famílias com filhos.
É importante que o Governo garanta também a todos os casais inférteis o direito a terem acesso gratuito a todos os tratamentos que lhes permitam alcançar uma gravidez.
Importa não poupar esforços para travar e inverter a actual tendência demográfica nacional.
O Governo não pode continuar a demitir-se da sua obrigação de criar medidas que ponham fim a este drama, que a seu tempo irá levar à ruína a sustentabilidade da segurança social, com todos os custos sociais futuros que isso irá acarretar.
(Publicado no Diário de Coimbra em 23.02.2010)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Tertúlia “Sociedades Secretas, Maçonaria e Carbonária, e a sua intervenção no advento da República”





O Endividamento Externo

Nas ultimas semanas o Orçamento do Estado ocupou muitas das nossas atenções. A situação das contas do estado é grave, com um deficit exagerado.
As agências internacionais que analisam a segurança financeira dos Estados têm revelado apreensão pela contas públicas portuguesas.
Com o valor atingido em 2009 o Governo presidido por José Sócrates fica na história como sendo o Governo que apresentou o maior deficit na história da democracia.
Perante o risco do descrédito internacional o PSD e o CDS decidiram abster-se para não inviabilizarem o orçamento apresentado pelos socialistas.
A situação do Estado é muito perigosa, com uma dívida crescente, dificilmente sustentável.
Em 2010 a dívida pública obrigará o estado a pagar 5,5 mil milhões de euros. Ou seja 550€ de juros para cada português.
Não só é uma brutalidade como este valor ainda está a crescer dado o endividamento crescente do Estado.
Para 2010 o Governo apresenta um orçamento com um deficit exagerado, que agrava ainda mais a dívida pública.
Mas o mais grave é que a balança externa, a relação entre tudo o que vendemos ao estrangeiro e tudo o que importamos, apresenta uma situação preocupante.
Entre 2009 e 2011 o deficit externo vai ser agravado em média 10% ao ano. Nestes três anos mais de 30%.
Estas contas mostram que os portugueses (não estamos só a falar do estado mas sim de todos, famílias e empresas) estão a consumir mais do que produzem.
O abandono da nossa agricultura, das pescas e da nossa indústria deu nesta pré-falência de Portugal.
Parece-nos uma irresponsabilidade que os nossos políticos fechem os olhos a esta realidade e façam de conta que isto não importa.
Os credores externos não nos irão poupar e exigirão juros crescentes.
O Estado tem de deixar de ter défice. Esta é uma obrigação directa do Governo que em simultâneo deve incentivar a nossa produtividade, do turismo à agricultura.
Sócrates, em vez de gastar rios de dinheiro em projectos megalómanos, como o novo aeroporto ou o TGV, que só agravam a nossa pré-falência, deve canalizar os recursos para incentivar as pequenas e médias empresas de todos os sectores.
Infelizmente é com preocupação que sentimos o Primeiro ministro completamente desfasado das necessidades de Portugal, insistindo em endividar o estado e em empobrecer o País.
Para além dos incentivos o Governo deve defender o interesse nacional em vez de se submeter a interesses estrangeiros.
Veja-se o exemplo das refeições nas cantinas geridas pelo Governo: escolas, hospitais, cadeias, etc... onde os concursos de adjudicação têm sido organizados para favorecer as grandes empresas multinacionais.
Em vez de privilegiar as nossas pequenas empresas de restauração, que localmente podiam assegurar estes serviços de confecção de refeições, com repercussão directa nos outros fornecedores e negócios locais (talhos, padarias, etc.), o Governo escancara a porta aos grandes interesses.
Há um aspecto onde o anterior governo, por iniciativa do ministro Pinho, teve nota positiva. Referimo-nos ao sector das energias renováveis e nomeadamente nas eólicas, onde se tem dado passos para diminuir a nossa dependência energética.
Nas outras áreas o Governo tem sido um desastre.
(Publicado no Diário de Coimbra em 09.02.2010)